quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Boca Seca




O que eu preciso saber sobre boca seca?

A boca seca – conhecida, na área da Saúde, como xerostomia – é causada pela diminuição na produção de saliva. Acomete, com intensidade e duração variáveis, um grande número de pessoas e suas causas podem variar consideravelmente. São exemplos de causas:
A idade avançada (com o passar da idade, as glândulas salivares vão-se atrofiando).
O efeito colateral de certos medicamentos, tais como anti-hipertensivos, antidepressivos, tranqüilizantes, anti-histamínicos e anticolinérgicos.
Hábitos e vícios, como o alcoolismo e a ingestão de alimentos ricos em cafeína.
A Síndrome de Sjögren, na qual o organismo da própria pessoa reage contra as glândulas salivares.
A diabete mellitus, na qual a boca seca é um achado freqüente.
Cânceres na região de cabeça e pescoço (as pessoas que são tratadas com radioterapia podem ter suas glândulas afetadas permanentemente pela radiação).
Problemas psiquiátricos (certas psicoses e estados de ansiedade podem causar falta de saliva).
Doenças congênitas: existem pessoas que nascem sem as glândulas salivares (agenesia congênita).

Por que a saliva é tão importante?
A saliva tem papel importante na formação do bolo alimentar, favorecendo a digestão e deglutição; proporciona uma lavagem físico-mecânica, facilitando uma melhor movimentação da língua e demais músculos; atua na proteção da mucosa da boca; controla a microbiota bucal; estabelece e mantém o pH do meio, atuando no processo da cárie dental.


O que é exatamente a saliva?
A saliva apresenta um pH neutro e é composta por 99% de água. A outra parte é constituída por proteínas, como enzimas, imunoglobulinas responsáveis pelos anticorpos salivares, além de outros compostos, como bicarbonato, sódio, potássio, cálcio, cloreto e flúor.

O que a boca seca pode causar?
Cáries, candidíase (doença fúngica), doenças gengivais e infecções nas glândulas salivares.

Quais são os sintomas?
Em função da falta de saliva, o indivíduo pode ter mau hálito, dificuldades para falar e engolir, intolerância a próteses, dor na língua, perda do paladar e alteração de voz.

Qual o tratamento indicado?
O primeiro passo para o tratamento é o diagnóstico correto: o paciente que perceber os sinais e sintomas associados à boca seca deve procurar o cirurgião-dentista. Os tratamentos variam em função da causa: se a xerostomia tiver origem medicamentosa, o cirugião-dentista deverá entrar em contato com o médico do paciente para estudarem a possibilidade de substituição do medicamento por outro que não afete a produção de saliva. Nos casos de perda irreversível da produção de saliva (radiação, Síndrome de Sjögren, idade avançada, agenesia congênita), existe a possibilidade de minimizar o problema com uso de saliva artificial manipulada ou comercial, gomas de mascar sem açúcar e medicamentos que estimulem a salivação, além da orientação quanto à dieta com proteínas e vitaminas. O paciente com xerostomia, independentemente da causa, deverá ser acompanhado pelo profissional em intervalos menores para orientação de higiene oral constante, aplicação de flúor e tratamento gengival básico. O paciente deverá manter-se sempre bem hidratado, ingerindo água ou outra bebida sem açúcar e evitando o consumo de bebidas com álcool ou cafeína. Se os lábios estiverem secos, pode ser indicado o uso de lubrificantes à base de vaselina. Durante as refeições, devem-se preferir alimentos moles, úmidos e pouco condimentados. Nos casos onde exista também infecções fúngicas, o profissional poderá indicar bochechos com antifúngicos.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Mobilidade dental




Mobilidade natural, "fisiológica"
Os dentes naturais apresentam uma pequena mobilidade, isto é, quando os dentes estão em função, eles sofrem uma movimentação dentro do seu alvéolo que é considerada normal (fisiológica). Essa mobilidade é conferida pelo ligamento periodontal que, a grosso modo, são fibras que unem o dente ao alvéolo (osso ao redor do dente).

Mobilidade causada por acidentes
Quando o dente sofre uma pancada (traumatismo), o ligamento periodontal, que é composto por fibras, é então estirado ou comprinúdo. A conseqüência disso é um aumento da mobilidade do dente. Quanto maior o trauma, maior será a mobilidade desse dente. Normalmente, a cura é espontânea e, em casos mais severos, é necessário fixar o dente traumatizado temporariamente.

Mobilidade causada por doença periodontal
A doença periodontal provoca a reabsorção do osso alveolar que circunda o dente e também a destruição do ligamento periodontal. Essa destruição, causada por bactéria, é gradual, lenta e indolor e, como conseqüência, provoca um aumento progressivo da mobilidade dental, que agora já não é mais considerada fisiológica. Há a necessidade de tratamento, que consiste inicialmente em fazer raspagem da placa bacteriana aderida à superfície radicular.

Mobilidade relacionada à articulação dentária
Quando um dente estiver mal posicionado, pode interferir na mordida (relacionamento dos dentes superiores e inferiores). Como conseqüência, esse dente receberá uma carga excessiva, a qual poderá causar um aumento da mobilidade. Há necessidade de ajuste para distribuir forças mastigatórias entre todos os dentes.

Mobilidade relacionada com prótese e restauração
Os dentes não se encontram isolados na boca, eles fazem parte de uma engrenagem. Os dentes superiores se relacionam com os inferiores em várias posições e de uma forma dinâmica (oclusão). Quando se realiza uma prótese ou uma restauração, esta deverá respeitar a oclusão se não, poderemos ter o que se chama "contacto prematuro". Esse contacto interferente poderá causar mobilidade dental, pois haverá um aumento de carga sobre esse dente restaurado. Para a correção, deverão ser realizados ajustes nesses trabalhos ou, ainda, a sua substituição.

Mobilidade causada por pulpites (Inflamação da polpa dentária)
Essa inflamação, que ocorre dentro do canal, pode provocar também uma inflamação das fibras periodontais que circundam a raiz do dente afetado. Em decorrência disso, temos uma maior mobilidade e esta pode ser acompanhada de um descolamento (extrusão) dando a sensação de dente "crescido".
Após o tratamento endodôntico (canal), a inflamação desaparece e o dente volta a seu lugar e a ter a mobilidade natural (fisiológica).

Mobilidade causada por tratamento ortodôntico (correção de dentes mal posicionados)
Para a correção da má posição de um dente, é necessário aplicar uma determinada força nele, fazendo a movimentação do dente. Isso é feito através de aparelhos ortodônticos fixos ou móveis. Entretanto, esse tratamento provoca um aumento na mobilidade do dente, principalmente logo após a ativação (apertamento) do aparelho. Depois de 48 horas, a mobilidade excessiva volta a níveis normais.

Dra. Luciana Maria da Silva
CRO 94271

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O que é uma boa higiene bucal?

                   



               Hálito puro e sorriso saudável são o resultado de uma boa higiene bucal. Com uma higiene bucal adequada:



  • -Seus dentes ficam limpos e livres de resíduos alimentares;

  • -A gengiva não sangra nem dói durante a escovação e o uso do fio dental;

  • -O mau hálito deixa de ser um problema permanente.

  •              Consulte o seu dentista caso as suas gengivas doam ou sangrem quando você escova os dentes ou usa fio dental, e principalmente se estiver experimentando um problema de mau hálito. Essas manifestações podem ser a indicação da existência de um problema mais grave.

  • Seu dentista pode ensiná-lo a usar técnicas corretas de higiene bucal e indicar as áreas que exigem atenção extra durante a escovação e o uso do fio dental.

  • Como garantir uma boa higiene bucal?

                   Uma boa higiene bucal é uma das medidas mais importantes que você pode adotar para manter de seus dentes e gengivas em ordem. Dentes saudáveis não só contribuem para que você tenha uma boa aparência, mas são também importantes para que você possa falar bem e mastigar corretamente os alimentos. Manter uma boca saudável é importante para o bem-estar geral das pessoas.

                   Os cuidados diários preventivos, tais como uma boa escovação e o uso correto do fio dental, ajudam a evitar que os problemas dentários se tornem mais graves. Devemos ter em mente que a prevenção é a maneira mais econômica, menos dolorida e menos preocupante de se cuidar da saúde bucal e que ao se fazer prevenção estamos evitando o tratamento de problemas que se tornariam graves.

                   Existem algumas medidas muito simples que cada um de nós pode tomar para diminuir significativamente o risco do desenvolvimento de cáries, gengivite e outros problemas bucais.

    Essas medidas são:

    • Escovar bem os dentes no mínimo três vezes ao dia e usar fio dental diariamente.
    • Ingerir alimentos balanceados e evitar comer entre as principais refeições.
    • Usar produtos de higiene bucal, inclusive creme dental, que contenham flúor.
    • Usar enxagüante bucal com flúor, se seu dentista recomendar.
    • Garantir que as crianças abaixo de 12 anos tomem água potável fluoretada ou suplementos de flúor, se habitarem regiões onde não haja flúor na água.
    Técnicas corretas de escovação:
    • Coloque a escova em um ângulo de 45 graus em relação à gengiva. Movimente a escova, afastando-a da gengiva.
    • Escove delicadamente as partes internas, externas e de mastigação de cada dente com movimentos curtos de trás para frente.
    • Com cuidado, escove a língua para remover bactérias e purificar o hálito.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Tratamento Ortodôntico


0 que é Ortodontia?
Ortodontia é a especialidade da Odontologia que estuda o crescimento e desenvolvimento da face, bem como o desenvolvimento das dentições decídua (de leite), mista e permanente e seus desvios de normalidade, prevenindo, interceptando e corrigindo as más oclusões. 
Em que idade deve ser realizada a primeira consulta ao ortodontista?
Apesar de não existir idade mínima para realizar a primeira consulta ao ortodorítista, a época mais oportuna para se procurar um ortodontista é no começo da troca dos dentes de leite pelos dentes permanentes, ou seja, no início da dentição mista.
0 clínico geral poderá fazer essa avaliação inicial e encaminhar o paciente se necessário?
Sim. 0 clínico geral ou o odontopediatra (dentista responsável pelo tratamento em crianças) normalmente estão preparados para detectar alguma alteração da normalidade e encaminhar para uma avaliação ao ortodontista.
Quais os tipos de correções realizadas?
0 ortodontista, atualmente, inicia seu tratamento com condutas mais simples, como a manutenção de espaços nos casos de perda prematura de dentes, corrigindo até casos mais complexos, como os tratamentos ortodômicos associados ao aumento ou diminuição cirúrgica dos maxilares.
Quando da necessidade de tratamento, quais os benefícios além da estética?
A função principal do tratamento ortodôntico é restabelecer a oclusão dentária (perfeito engrenamento dos dentes superiores e inferiores), que é fundamental para a correta mastigação e, conseqüentemente, adequada nutrição e saúde bucal. Com o restabelecimento da oclusão, evitam-se problemas de respiração, deglutição, fala e da articulação tempororriandibular.
O paciente adulto poderá se submeter ao tratamento?
Sim. Não existe idade máxima para a realização de tratamento ortodôntico, embora no paciente adulto alguns cuidados especiais devam ser tomados, principalmente em relação aos tecidos de suporte dos dentes, que podem chegar a contra-indicar o tratamento. Este pode ser mais lento e limitado, devido a falta de crescimento, problemas periodoritais, perdas de elementos dentários e maior comprometimento das estruturas dentárias devido a próteses ou restaurações extensas.
Quais são os tipos de aparelhos?
Os aparelhos podem ser divididos em dois grupos: o fixo e o removível. 0 aparelhos fixos são unidos aos dentes através de uma substância adesiva ou cimento; são compostos por bráquetes (metálicos, plásticos ou cerâmicos), tubos e anéis, que suportam o arco metálico responsável pela movimentação dentária. Permitem maior movimentação dos dentes e independem da colaboração do paciente.
Já os aparelhos removíveis são encaixados na boca, podendo ser retirados pelo paciente ou pelo ortodontista, e dependem da colaboração do paciente. Podem ser ortodônticos, os quais realizam pequenas movimentações dentárias, ou ortopédicos, utilizados nas correções esqueléticas (ósseas).
Existe aparelho estético?
Sim, hoje em dia, existem aparelhos como os de cerâmica, que são bastante estéticos, em que as peças de suporte se confundem com a colaboração do dente.
Quanto tempo demora em média o tratamento?
É difícil de se prever o tempo de um tratamento ortodôntico, pois este depende de vários fatores, como respostas biológicas individuais, tipo de má oclusão, tipo de aparelho utilizado e colaboração do paciente. Um tempo médio é de vinte e quatro a trinta meses de tratamento ativo.
É dolorido?
0 tratamento ortodôntico, no início, causa uma certa sensibilidade, principalmente na fase de colocação do aparelho. Após essa fase, existirá algum desconforto para o paciente cerca de 24 a 48 horas após os ajustes praticados pelo ortodontista.
Existe algum risco no tratamento?
Quando o tratamento é bem planejado e executado por profissional qualificado, não existem riscos maiores ao paciente, desde que este siga todas as instruções dadas, principalmente no aspecto de higiene bucal, pois os detritos podem causar problemas gengivais, periodontais, manchas brancas ou, mesmo, cáries dentárias.
Se os pais possuem má posição dos dentes, o mesmo pode ocorrer com os filhos?
Sim. Apesar de o problema genético ser um dos fatores do aparecimento da má oclusão nos filhos, outros fatores podem levar a tratamento ortodôntico, como respiração bucal, sucção prolongada de dedo ou chupeta, deglutição atípica e anomalias dentais.
É necessário extrair dentes permanentes?
Em muitos casos, a extração de dentes permanentes se faz necessária, principalmente naqueles em que há falta de espaço para a acomodação de todos os dentes no arco. 0 resultado deve ser um perfil harmonioso, agradável, com lábios contactados, sem esforço muscular e perfeita harmonia dentária. Quando bem indicadas, as extrações não trazem prejuízo algum ao paciente.
Existe a possibilidade de os dentes retornarem à posição original?
À posição original, não. Podem ocorrer pequenas acomodações pós-tratamento, que podem estar ligadas ao crescimento e às alterações funcionais. Essa tendência é normalmente bem controlada e minimizada através de um bom planejamento, de perfeita execução da técnica ortodôntica, bem como da utilização correta dos aparelhos de contenção.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Traumatismos Dentários





               Situações de emergência envolvendo a boca e os dentes quase sempre se transformam em experiências dramáticas para pais e crianças. As estatísticas mostram que cerca de 14% das crianças e adolescentes passam, de alguma forma, por essas situações de emergência.

                       Por isso, é importante estar preparado para se ter a atitude correta num momento desses.
Apresentaremos, assim, os traumatismos mais comuns e qual a melhor atitude que deve ser tomada em tais circunstâncias.

Cortes e sangramentos
Quando uma criança sofre um traumatismo que provoca corte ou sangramento, deve-se colocar no lugar, sobre o ferimento, uma compressa de gaze ou pano limpo e pressionar bem, para que o sangramento seja controlado. Muitas vezes, é necessário suturar o ferimento, para que a cicatrização se processe de maneira adequada, e, tão logo seja possível, deve-se consultar um dentista.

Os primeiros passos de uma criança
Os acidentes mais comuns que ocorrem na dentição de leite são os que envolvem bebês e crianças que estão aprendendo a andar.
0 dente amolece em seu alvéolo ou é deslocado de sua posição original, podendo se deslocar para dentro do alvéolo (intruir) ou descer, dificultando o fechamento da boca.
0 dentista deve ser consultado, para que a extensão do dano seja avaliada. Muitas vezes, esse dano é maior do que aparenta ser.
Freqüentemente, é preciso radiografar o dente e observar por um período determinado. 0 dentista deve também orientar os pais sobre os cuidados a serem tomados na área afetada, assim como sobre futuros problemas que poderão comprometer a dentição permanente.

Mudança de cor do dente que sofre traumatismo
É comum ocorrer, após 2 ou 3 dias do acidente, uma mudança de cor, um escurecimento da coroa do dente. Essa mudança pode se perpetuar; nesses casos, quase sempre há perda de vitalidade do dente, e um tratamento de canal se faz necessário.
Nos dentes de leite, nem sempre uma mudança de cor da coroa significa perda da vitalidade e, em muitos casos, a cor poderá retornar, ao seu normal. 0 dentista deve ser consultado, para ser feito o acompanhamento.

Dente fraturado
É comum a fratura de um ou mais dentes em conseqüência de um traumatismo. Além disso, muitas vezes, pode ocorrer que o nervo do dente se danifique.
Deve-se sempre consultar o dentista, para que ele possa avaliar a extensão do dano, tratar a fratura e prevenir eventualmente problemas da vitalidade futura do dente.
A melhor maneira de se evitarem fraturas nos dentes é prevenilas; assim, no caso de esportes, como andar de bicicleta, andar de "Skate", basquete, vôlei, jogos de futebol ou "rugby" e outros esportes coletivos, é importante o uso de protetores bucais.
Converse com o seu dentista a respeito.

Perda total de um dente
Em certas circunstâncias, como impactos horizontais, é comum acontecer um deslocamento total do dente.
É essencial que determinadas condutas sejam adotadas imediatamente, para que se aumentem as chances de salvar esse dente.
Se o dente for de leite, a colocação deste de volta em seu lugar não é indicada; a probabilidade de sucesso é mínima.
No caso do dente permanente, o reimplante é indicado.
Para que se obtenha sucesso no reimplante, é necessário:
- Manter a calma e fazer a criança morder uma gaze ou um pano limpo, com pressão para que se possa controlar o sangramento.
- Ache o dente.
- Pegue o dente somente pela coroa. Não toque na raiz.
- Resíduos devem ser cuidadosamente retirados do dente com soro fisiológico ou leite morno. Não esfregue o dente.
- Leve a criança imediatamente ao dentista ele saberá a melhor maneira de proceder.
- Lembre-se de manter o dente em uma solução de soro fisiológico ou em leite morno ou mesmo na boca da criança (debaixo da língua) no trajeto ao dentista. O dente pode ser reimplantado mas o resultado final de um reimplante depende muito do período que o dente ficar fora do alvéolo e da conservação do mesmo nesse período. 0 dente deverá ficar fora de seu alvéolo o menor tempo possível.
0 dente reimplantado deverá ser "fixado" pelo dentista em sua posição e ter o seu canal tratado; mesmo assim, com o decorrer do tempo, haverá uma diminuição do tamanho de sua raiz. 0 tempo médio da permanência de um dente reimplantado na boca é de 1 até 5 anos; muitas vezes, esse tempo é o necessário para que a oclusão se defina e novas condutas possam ser tomadas.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Apicetomia



0 que é apicetomia?

É uma cirurgia que tem por finalidade a remoção da lesão que se forma no ápice (ponta da raiz do dente). Existem dois tipos básicos de cirurgia: uma que apenas remove a lesão através de curetagem e outra que, além disso, remove o ápice da raiz.

Por que ocorre essa lesão na ponta da raiz?

Nessa região da raiz, existe um orifício pelo qual passam vasos e nervos que vão nutrir a polpa dentária. Quando a polpa está infectada, a região do ápice também poderá estar infectada e aí se forma um processo inflamatório.

Como isso e resolvido?

Normalmente, apenas a remoção da polpa dentária e a desinfecção do canal (tratamento de canal) são suficientes para promover a cura.

Então, por que é necessário realizar a cirurgia?

Porque nem sempre só com o tratamento consegue-se a eliminação da lesão no ápice da raiz.

Essa lesão causa dor?

Nem sempre. Muitas vezes, ela é assintomática, de desenvolvimento gradual e lento, provocando destruição óssea da região. Na maioria das vezes, apenas com a radiografia essa lesão poderá ser percebida.

Não há outros recursos? Tomar antibióticos resolve?

A prescrição de antibióticos em determinadas circunstâncias é um bom auxiliar; porém, a intervenção cirúrgica é necessária para a cura completa. Através dela, removem-se tecidos contaminados que estão fora do alcance das medicações.

0 problema estará resolvido definitivamente com essa cirurgia?

Dificilmente ocorrerá recidiva do processo. Esse fato é mais freqüente quando apenas se faz a curetagern sem a remoção da ponta da raiz. Aconselha-se controle radiográfico periódico.

0 dente ficará menos resistente a forças mastigatórias?

Não. Ficará menos resistente, certamente, se a lesão progredisse em volta da raiz, por falta de tratamento.

Poderá ser realiza da em qualquer tipo de dente?

0 acesso é mais fácil nos dentes anteriores superiores. Dependendo da anatomia e das condições locais, é possível que essa cirurgia seja realizada em outros dentes.

É uma cirurgia complicada?

Não é uma cirurgia complicada, pois não existe grande manipulação dos tecidos.

0 que se sente nas horas seguintes à cirurgia?

Normalmente, o pós-operatório é indolor ou provoca um desconforto mínimo, o que se resolve com analgésicos.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Você tem mau halito?




A maioria das pessoas não sabe que tem mau hálito, ou "halitose", como dizem os dentistas. Alguns estudos mostram que o número de pessoas com mau hálito chega a 50% da população adulta (1). Estima-se que, só nos Estados Unidos, cerca de 60 milhões de pessoas sofrem de halitose crônica (2).
Entre as causas do mau hálito estão certos alimentos, condições de saúde e hábitos pessoais. Em muitos casos, uma higiene dentária apropriada pode resolver o problema.

Se as técnicas simples de higiene bucal não derem resultado, é aconselhável que você consulte seu médico ou dentista para assegurar-se de que a causa do mau hálito não seja um problema mais sério.

Causa do mau hálito

O mau hálito pode ser causado por fatores externos e internos. Os fatores externos podem estar relacionados com o tipo de alimento que você come (como atum ou tacos) e os condimentos com que são preparados (como, por exemplo, alho, cebola e outros). Se achar que seu mau hálito é produzido pelos alimentos que você consome, faça uma lista do que você come para determinar se esta é a causa real. As pessoas que fumam ou ingerem bebidas alcoólicas também podem sofrer de mau hálito.

Entre os fatores internos estão aqueles ligados à higiene bucal, que podem afetar o corpo de forma sistêmica. A língua é um dos lugares nos quais as bactérias podem proliferar. A maioria das bactérias que causam o mau hálito produzem substâncias chamadas “compostos sulfurados voláteis” ou CSV. Os CSV causadores do mau hálito são representados, principalmente, pelo sulfeto de hidrogênio e o metil mercapatana. A maioria dessas bactérias acumulam-se na parte posterior da língua.

Outras causas do mau hálito podem ser (3):
  • Problemas dentários (má higiene bucal, gengivite e doenças periodontais);
  • Próteses Totais (os alimentos e a placa bacteriana podem aderir a próteses totais);
  • Boca ressecada (falta de fluxo salivar);
  • Problemas na boca, nariz e garganta (infecções dos seios [maxilares/paranasais] e da garganta ou tonsilite críptica);
  • Enfermidades sistêmicas (diabetes, infecção ou abscesso pulmonar, insuficiência renal/hepática, distúrbio gastrintestinal);
  • Pacientes em dietas regulares
Por favor, consulte seu dentista para saber se você sofre de mau hálito e continue a usar creme dental antibacteriano com flúor, fio dental e limpador de língua.

Referências:
1. American Dental Association, Council on Scientific Affairs: Association report: Oral Malodor, J Am Dent Asso 134:209-214, 2003
2. The American Breath Specialists. Causes and Treatment of Bad Breath. Reviewed information at www.breath-care.com
3. Bad Breath, Mayo Clinic, Reviewed information at www.mayoclinic.com

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Bebidas e alimentos ácidos causam erosão dentária


O que é erosão dentária?
A erosão dentária é outra doença que, além da cárie, compromete a saúde bucal. No entanto, até pouco tempo atrás essa alteração não havia despertado o interesse dos clínicos e pesquisadores.
A erosão dentária é um processo progressivo e destrutivo, caracterizado pela perda do tecido duro dos dentes, por ação de ácidos contidos em bebidas e/ou alimentos ou ainda provenientes do próprio organismo.
Resulta na destruição do dente, independentemente da presença de bactérias, podendo causar alterações estéticas e funcionais ou até mesmo dor.
De que maneira a erosão dentária pode acontecer?
A ingestão de produtos altamente ácidos, tais como refrigerantes, bebidas energéticas e sucos de frutas naturais ou industrializados, é a causa mais freqüente da erosão dentária. Por isso, pode-se dizer que erosão dentária é o problema de saúde bucal da sociedade moderna, decorrente de seus hábitos alimentares.
Saliente-se que a erosão é resultado do contato freqüente do ácido de alimentos e/ou bebidas com a superfície dentária. Assim, para a erosão dentária ocorrer e evoluir, a freqüência de ingestão de produtos ácidos é mais importante do que a sua quantidade. Colocar até mesmo frutas ácidas no cardápio de forma freqüente também não é recomendável.
Qualquer pessoa pode ter erosão dentária?
A erosão é comum em crianças e adolescentes, podendo acometer adultos. Nas crianças, a erosão surge após a administração freqüente de refrigerantes e/ou sucos de frutas naturais ou industrializados, através da mamadeira (que aumenta o tempo de contato da bebida com o dente) e/ou copo. Nos adolescentes, é resultado da ingestão excessiva de refrigerantes ou bebidas energéticas que, na maioria das vezes, são utilizados para substituir água, com o objetivo de diminuir a sede. Além disso, esportistas que ingerem excesso de bebidas energéticas (isotônicas) para repor água e eletrólitos perdidos durante as atividades esportivas podem apresentar erosão dentária. É importante ressaltar que essas bebidas, tanto sob a forma normal, diet ou light são altamente ácidas e podem causar erosão dentária.
Além dos indivíduos que têm ingestão inadequada de alimentos e bebidas ácidas, outros grupos apresentam alto risco de desenvolvimento da erosão. Trabalhadores que manuseiam produtos ácidos podem apresentar erosão, pois eles inalam a substância que está no ar. E pessoas que vomitam freqüentemente também podem apresentar dentes com erosão, pois o suco gástrico que volta para a boca é muito ácido. Desta forma, atenção especial deve ser dada ao refluxo gastroesofágico e à anorexia e bulimia nervosas.
Quais as precauções para evitar a erosão dentária?
Como a erosão é causada principalmente pelo contato direto de bebidas ou alimentos ácidos com o dente, a melhor forma de preveni-la é evitar o uso freqüente desses produtos e procurar ingeri-los fazendo uso de “canudinho”. Outro recurso seria a ingestão de produtos ácidos, juntamente com a ingestão de alimentos ricos em cálcio, como o queijo, para neutralizar a acidez. Também é importante encaminhar ao médico os indivíduos que apresentam vômitos freqüentes, para solucionar o problema.
Existe tratamento para erosão dentária?
O diagnóstico precoce acompanhado do aconselhamento da dieta e o monitoramento ajudam a tratar de forma bem sucedida e prevenir a progressão da erosão dentária. O tratamento restaurador é difícil, oneroso e requer contínuo acompanhamento. Assim, o controle racional do consumo de alimentos com altos índices ácidos será essencial desde a infância.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Analgesia Inalatória




O que é analgesia inalatória?

Também conhecida como sedação consciente, é um procedimento clínico no qual é utilizada a mistura de óxido nitroso e oxigênio, inalada previamente ao e durante o procedimento odontológico, por meio da qual o paciente apresenta diminuição da freqüência cardíaca e respiratória, proporcionando conforto e bem-estar durante o atendimento, frente ao quadro de estresse, ansiedade ou nervosismo.

A analgesia inalatória com óxido nitroso e oxigênio está indicada para quais casos?

O procedimento de analgesia inalatória está indicado para pacientes odontofóbicos, ansiosos, nervosos e doentes como diabéticos, hipertensos, ou cardiopatas controlados, etc. Vale ressaltar que, sempre que houver doenças sistêmicas, a avaliação da oportunidade de tratamento deve ser feita junto com o médico responsável.

Há contra-indicações de uso? Quais seriam?

Normalmente, em pacientes portadores de patologias do trato respiratório superior, como aumento das adenóides, desvio de septo nasal, pólipos nasais (“carne esponjosa”), patologias do seio maxilar (sinusite infecciosa), e do trato respiratório inferior (infecções pulmonares, doenças pulmonares obstrutivas crônicas – DPOC – e doenças do volume pulmonar, como enfisema e bronquite crônica), além de pacientes com histórico de acidente vascular cerebral (derrame). Em pacientes psiquiátricos, paranóicos, esquizofrênicos e psicóticos, o uso da máscara nasal pode ser dificultado.

Quais são os benefícios e as vantagens de utilização da técnica?

A analgesia é de fácil aplicação, provocando a redução da freqüência cardíaca e respiratória, proporcionando conforto e bem-estar, eliminando a ansiedade e o estresse causado durante o atendimento odontológico. A analgesia, porém, não deprime o miocárdio (músculo do coração) e a função hepática (fígado), não provoca irritações nas mucosas e não produz espasmos brônquicos.

E quais seriam as desvantagens?

Infelizmente a técnica ainda é pouco difundida no Brasil, sendo cara a aparelhagem necessária. O profissional precisa estar habilitado, capacitado e devidamente treinado à realização do procedimento clínico sob analgesia inalatória.

Há riscos na sua utilização?

Basicamente, não há riscos. Entretanto, pela possibilidade da interferência na síntese de DNA, o emprego em gestantes é contra-indicado. Atenção especial em pacientes anêmicos, leucêmicos e imunocomprometidos.

No atendimento, o paciente é monitorado?

Sim. Durante todo o procedimento de analgesia inalatória por óxido nitroso e oxigênio, o paciente deve ser monitorado por oximetria (taxa de oxigênio no sangue), eletrocardiograma (mede a atividade elétrica do coração) e pressão arterial.

Há reações adversas decorrentes de sua utilização?

Desde que seguido corretamente o protocolo de utilização, são raras as reações adversas. Pouquíssimos pacientes apresentam náuseas e, para evitar esse desconforto, é recomendado estar em jejum antes da aplicação.

Dra. Luciana Maria da Silva
CRO: 94.271

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

AIDS e o Dentista




Existe risco de o paciente se infectar com o vírus da AIDS durante o tratamento odontológico?
Não, desde que os instrumentais que tenham sido utilizados em pacientes com AIDS tenham sido esterilizados corretamente.

Esse tipo de esterilização é um processo complicado?
Não, pois as estufas de calor seco, que todos nós possuímos, são capazes de promover facilmente a destruição do vírus HIV.

0 vírus HIV é mais difícil de ser destruído que microorganismos causadores de outras doenças?

Não. Felizmente ele é facilmente inativado. O treponema pallidum, causador da sífilis, e o HBV, causador da hepatite B, são bem mais resistentes.

Quais os cuidados que o cirurgião-dentista deve tomar para evitar o contágio?
Além da esterilização dos instrumentos, usar e eliminar, após cada paciente, o máximo possível de materiais descartáveis, como agulha, tubetes anestésicos, luvas, pontas de sugador de saliva etc.

E as brocas, como devem ser esterilizadas?
Elas devem ser lavadas e desinfectadas em soluções químicas de glutaraldeído ou, preferencialmente, esterilizadas em estufa de calor seco.

0 dentista deve usar um par de luvas novas a cada paciente?
Sim, pois a luva é considerada um material descartável e, portanto, deve ser eliminada após cada atendimento.

Através do exame bucal, o dentista pode suspeitar que o paciente tem AIDS?
Sim, pois existem várias doenças na boca que ocorrem preferencialmente em pacientes HIV positivos.

0 dentista pode recusar a atender um paciente soropositivo para HIV?
Legalmente, o dentista pode recusar-se a atender qualquer paciente. Porém, eticamente, ele tem a obrigação de atender o paciente com AIDS em situações emergenciais e de encaminhá-lo a um profissional capacitado, caso julgue necessário.

0 paciente HIV positivo deve informar ao dentista a sua condição?
Sim, pois sendo este um paciente imunodeprimido, alguns cuidados especiais devem ser 
tomados com esse paciente, como por exemplo cobertura antibiótica após exodontias.

0 dentista pode solicitar o exame anti-HIV?
Sim, desde que o paciente concorde e tenha o conhecimento dessa solicitação.

Quem corre mais riscos de contaminação no consultório dentário: o dentista ou o paciente?
Embora o risco de contaminação seja mínimo, o dentista, por estar em contato com os fluidos que podem conter vírus, como o sangue e a saliva, está mais sujeito à contaminação.

Dra Luciana Maria da Silva
Cro:94271

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Retração Gengival



O que é retração gengival?
É o deslocamento da gengiva, provocando a exposição da raiz do dente. Isso pode ocorrer em um só dente ou em vários.

O que ocasiona essa retração?

A causa não é fácil de determinar. Existem várias hipóteses: traumatismo por escovação (fricção exagerada com escova de cerdas duras); inflamação da gengiva pela presença da placa bacteriana; trauma oclusal (forças excessivas sobre o dente causadas por má posição dentária ou por restaurações ©altasª); restaurações desadaptadas na região gengival; posição alta dos freios labiais e lingual; movimentos ortodônticos realizados de maneira incorreta; dentes apinhados (encavalados); pouca espessura do osso que recobre a raiz.

Por que nessa situação os dentes ficam mais sensíveis?
Devido à exposição da raiz, a camada que a reveste (cemento) desaparece, expondo a dentina, que é sensível. Bochechos com soluções fluoretadas podem amenizar o problema.

Tem relação com a idade?

Uma certa retração gengival generalizada é percebida com o passar dos anos e considerada normal. Algumas pessoas são mais susceptíveis que outras. A retração pode avançar em alguns períodos e, em outros, permanecer estacionária.
Existe tratamento?
Normalmente, o que se faz é evitar a evolução desse processo por intermédio de escovação adequada, limpeza profissional, ajuste oclusal, remoção de hábitos nocivos, remoção de excessos de materiais restau- radores, se houver, e, se for o caso, corrigir a má posição do dente com aparelho ortodôntico.
É possível recobrir a raiz novamente?
Sim, por intermédio de técnicas cirúrgicas utilizadas principalmente em retração de um ou no máximo dois dentes. São cirurgias de resultados não previsíveis, em que, em determinadas situações, vale a pena tentar. São feitas principalmente visando à estética.
Se não se fizer a cirurgia, pode-se perder o dente?
A retração, por si só, não provoca a perda do dente, desde que as causas sejam eliminadas e que não haja inflamação.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Coroa para Dentes Anteriores


0 que é coroa?
É o nome que se dá a uma prótese que visa substituir a coroa de um dente natural que foi prejudicada em sua estrutura e em sua beleza.
É necessário afinar (desgastar) o dente para confeccionar uma coroa?
Sim. Somente dessa maneira se obtém espaço suficiente para a confecção de uma coroa semelhante à forma e ao tamanho de um dente natural.
Quais os tipos de materiais utilizados?
Resina acrílica e porcelanas. Para dar maior resistência, pode-se utilizar estruturas internas de metal (ligas de ouro ou ligas alternativas).
Qual a diferença entre resina e porcelana?
A resina é um material de manuseio mais simples que a porcelana. Apresenta um maior desgaste e, com o tempo, a alteração da cor também é maior. A porcelana apresenta maior dureza e estabilidade de cor e supre melhor o quesito estético.
Há riscos de fraturas?
A coroa artificial, quando bem executada, corre os mesmos riscos que os dos dentes naturais, estando exposta aos mesmos acidentes. Os cuidados devem ser iguais aos tomados com os dentes naturais.
E necessário tratar o canal de um dente que irá receber uma coroa?
Sempre que possível, deve-se evitar o tratamento de canal. Isso, em algumas situações, é necessário para que, dentro do canal tratado, seja instalado um pino metálico, a fim de aumentar a resistência do dente e para reter a coroa artificial.
Enquanto a prótese é confeccionada no laboratório, o que se usa sobre o dente desgastado?
Coroas provisórias de acrílico, que são executadas imediatamente e colocadas sobre o dente desgastado, suprindo as necessidades estéticas e funcionais. Essa coroa, de pois, será removida e substituída pela chamada "definitiva".
Como a coroa é fixada ao dente?
0 próprio encaixe sobre o dente desgastado já é uma forma de retenção, que será melhorada com agentes cimentantes específicos que, além de aumentarem a retenção, irão promover o vedamento.
Qual o motivo do escure cimento próximo à gengiva?
Muitas vezes, esse escurecimento é causado pela transparência dos tecidos gengivais que, por serem finos, mostram a sombra de uma raiz escurecida. Outras vezes, é a cinta de metal que, por falha técnica, ficou visíbem executada, corre os um afastamento gengival expondo a área da emenda entre a coroa artificial e o dente.
Quanto tempo dura uma coroa?
A durabilidade dependerá, por parte do profissional, da acertada indicação, execução e escolha do material e, principalmente, por parte do paciente, através dos cuidados com a higienização e a utilização dessa prótese. Não existem prazos definidos de longevidade, por esta depender de inúmeros fatores.

REVISTA DA APCD V. 51, Nº 5, SET./OUT. 1997

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Doença Periodontal




0 que é periodonto?
É o conjunto de tecidos que está ao redor do dente e que é responsável pela sua fixação: gengiva, osso alveolar e fibras que ligam raiz ao osso.
0 que é Doença Periodontal (DP)? É a mesma coisa que gengivite?
É o comprometimento dos tecidos periodontais pelo processo inflamatório, que leva à reabsorção do osso que está ao redor das raízes dos dentes, enquanto que, na gengivite, não há alteração óssea, pois a inflamação só atinge a gengiva.
Como posso saber se já tenho a DP?
0 sinal mais característico é o sangramento, mas devemos estar atentos também para: alterações na posição dos dentes, mobilidade, retrações gengivais, retenções de alimento, inchaço etc.
Ao perceber sangramento durante o uso do fio dental, devo suspender esse procedimento de limpeza?
Não, desde que esteja passando o fio corretamente. 0 sangramento denota a presença de bactérias nessa região e, dessa forma, é conveniente continuar com o uso do fio na tentativa de removê-las.
Existem medicamentos indicados para o tratamento?
Não é possível o tratamento desta doença somente com medicamentos, sejam estes locais ou sistêmicos. A placa bacteriana aderida ao dente tem que ser removida mecanicamente.
Qual a causa da DP?
A placa bacteriana aderida ao dente é a única causa, porém algumas alterações na gengiva podem estar associadas a causas hormonais, uso de alguns medicamentos, queda de resistência etc.
Corno o tratamento é realizado pelo cirurgião-dentista?
É feito com a remoção da placa bacteriana aderida através de raspagem e alisamento das raízes dos dentes. Quando os instrumentos de raspagem não atingem toda área da raiz comprometida, as cirurgias são indicadas; para facilitar o acesso.
Uma vez tratada a doença, os tecidos recuperam-se integralmente?
Não, sempre ficam seqüelas, com exceção das gengivites. A doença periodontal deixa como seqüelas alterações estéticas como: deslocamento na posição do dente, retração gengival com conseqüente aumento no comprimento do dente etc. Existem procedimentos cirúrgicos e protéticos que podem miminizar esses defeitos.
De quando em quando se fazem os retornos para a manutenção após o tratamento?
As visitas para manutenção devem assegurar a estabilidade da condição de saúde alcançada com o tratamento e, assim, evitar tanto a o progressão da doença como a sua recidiva.
Nos casos mais avançados, recomenda-se uma periodicidade de 3/3 meses e de 4/6 meses para a maioria das pessoas.
E possível prevenir esta doença?
A sua prevenção pode ser feita unicamente removendo a placa bacteriana através de limpeza bucal doméstica com fio dental e escova, mais limpezas periódicas feitas pelo dentista.
Prevenção: Limpeza bucal doméstica + Limpeza profissional de 6/6 meses.

REVISTA DA APCD V. 48, Nº 6, NOV./DEZ. 1994

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Dentes do Siso





Quantos dentes do siso existem?
Existem quatro dentes do siso: dois superiores, sendo um direito e um esquerdo, e dois inferiores, também direito e esquerdo.
Em que idade eles normalmente erupcionam?
A erupção ocorre normalmente dos 17 aos 20 anos; portanto, são os últimos dentes da dentição a erupcionar.
Todo mundo tem o dente do siso?
Não.
Por que às vezes eles não erupcionam?
Porque algumas pessoas não possuem mesmo o dente do siso (germe dental); às vezes, não erupcíonam por falta de espaço na arcada dental, ou ainda, pela posição horizontal do dente, o que dificulta a sua irrupção.
0 que acontece se ele ficar dentro do osso (não erupcionar)?
Pode produzir reabsorções de dentes vizinhos, transtornos dolorosos ao paciente e possíveis degenerações (lesões císticas).
0 que acontece se ele erupcionar parcialmente?
A erupção parcial ocorre geralmente por falta de espaço na arcada ou pela posição horizontal do dente. Ambos os casos dificultam a erupção, ocorrendo, dessa forma, a erupção parcial do siso. Esse quadro pode provocar gengivites (inflamação da gengiva), abscessos na região, irritação local, dor e edema.
É verdade que o dente do siso empurra os outros dentes, provocando mudanças de posição?
Há duas correntes: a primeira diz que, se houver espaço suficiente para a erupção do siso e o paciente não tiver tendência a apinhamento (mudança de posição), não haverá problemas; já a segunda diz que, se o espaço for insuficiente e o paciente, submetido à ortodontia e com tendência a apinhamentos, ou mesmo, só submetido à ortodontia, mas com a mesma tendência, poderá ter problemas futuros, como o apinhamento de dentes.
Quando a gengiva do dente do siso que está erupcionando inflama, o que fazer?
Deve ser feita a remoção do tampão gengival que cobre parcialmente a superfície dental (ulectomia) ou a curetagem gengival, ambos realizados pelo profissional. 0 paciente, para melhorar esse quadro inflamatório, poderá realizar higiene oral rigorosa no local; bochechos com anti-sépticos bucais podem amenizar o quadro, mas, para resolver o problema, o paciente deverá procurar um cirurgião-dentista.
Quando é indicada a extração do siso?
A sua extração está indicada na ausência de espaço para a erupção, no posicionamento horizontal do siso, nos quadros de dor e quando se inicia a erupção e esta não se completa, ou seja, há erupção parcial do siso. Quando se faz a extração de um siso, provavelmente terá que ser feita a extração de ambos os sisos do mesmo lado, isto é, do superior e do inferior.

REVISTA DA APCD V. 50, Nº 6, NOV./DEZ. 1996

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Câncer Bucal


Como se desenvolve o câncer bucal?
O câncer bucal é um tumor maligno que se desenvolve a partir de uma célula que sofre uma série de alterações genéticas. Essas alterações influenciam a diferenciação, o crescimento e a morte celular. A célula “defeituosa”, diferentemente das outras, passa a se multiplicar desordenadamente, transformando-se num corpo estranho ao organismo.
O câncer bucal é comum?
Sim, a incidência mundial de câncer bucal varia de país para país (2% a 8%). Canadá, Austrália e França têm taxas elevadas. A Índia é o país de mais alta incidência (48% a 70%) devido a práticas culturais exóticas, como o hábito de colocar o cigarro com a ponta acessa voltada para o interior da boca e o uso do betel. No Brasil, as taxas são elevadas, sendo o câncer bucal o 6º tipo mais comum entre os homens e o 8º entre as mulheres (INCA - Instituto Nacional do Câncer, Ministério da Saúde, Brasil).
Quais são os fatores de risco para o câncer bucal?
Os principais fatores de risco são: uso do tabaco, consumo freqüente de bebidas alcoólicas e exposição excessiva à radiação solar. Alguns fatores podem contribuir para o desenvolvimento do câncer bucal, como: má higiene bucal; dentes quebrados; próteses removíveis parciais ou totais mal adaptadas, com conseqüentes irritantes locais; dieta pobre em vitaminas A, C, E e o vírus HPV (papilomavírus humano). Outros fatores ainda estão sendo estudados para se verificar sua relação com o câncer bucal, como: o uso de chimarrão, o consumo de carne grelhada (churrasco) e a fumaça do fogão de lenha.
Se diagnosticado precocemente, quais as chances de cura do câncer bucal?
Quanto mais cedo for descoberto e adequadamente tratado, maior será a chance de cura e sobrevida do paciente. A expectativa de cura varia de 85% a 100% quando o câncer é diagnosticado e tratado na fase inicial.
Como proceder ao auto-exame da boca?
Diante de um espelho, após retirar próteses ou outros aparelhos removíveis: 1) veja se em seu rosto há algum sinal que você não notou antes; 2) observe no lábio se há manchas ou feridas; 3) puxe o lábio de baixo e examine-o por dentro; faça o mesmo com o lábio de cima; 4) abra a boca e estique a bochecha; faça isso dos dois lados; 5) ponha a língua para fora e observe sua parte de cima; 6) puxe a ponta da língua para o lado direito e depois para o lado esquerdo e observe as laterais da língua; 7) coloque a ponta da língua no céu da boca e examine a parte de baixo da língua e o soalho da boca; 8) incline a cabeça para trás e examine o céu da boca; 9) ponha a língua pra fora, diga “A, A, A,...” e observe a garganta.
Quais os sinais indicativos de alguma “anormalidade” na boca?
Feridas que não cicatrizam em 2 semanas; manchas brancas, vermelhas ou negras; carnes crescidas; caroços; bolinhas duras e inchaço na boca; dificuldade para movimentar a língua; sensação de dormência na língua; dificuldade para engolir. A presença de qualquer um desses sinais merece um exame mais detalhado, com encaminhamento do paciente ao cirurgião-dentista estomatologista.
Qual a freqüência recomendada para a realização do auto-exame da boca?
Para pessoas não-fumantes, recomenda-se fazer o auto-exame bucal a cada 6 meses e, para os fumantes, a cada 3 meses. O ideal é fazer 1 vez por mês para que qualquer alteração da normalidade da boca seja prontamente detectada.
Qual profissional deve ser procurado caso o paciente encontre alguma lesão na boca?
O cirurgião-dentista estomatologista é quem diagnostica e trata todas as lesões e doenças bucais. No caso de câncer bucal, após diagnóstico, o paciente é encaminhado para tratamento em centros especializados em Oncologia ou para o médico oncologista.

Fonte: orientando o paciente da APCD