quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Agentes químicos na manutenção e recuperação da saúde bucal





A placa bacteriana é um dos fatores etiológicos importantes na ocorrência da cárie e doença periodontal, sendo seu controle fundamental para a manutenção da saúde bucal. Placa é uma massa bacteriana mole e branca que se deposita continuamente em camadas na superfície do dente e se apresenta aderida. A remoção dessa placa pode ser feita através da limpeza mecânica dos dentes. Esse procedimento pode ser realizado adequada e satisfatoriamente pelo paciente, desde que esteja em condições normais de saúde geral. Cabe ao cirugião-dentista orientá-lo quanto a técnica de escovação mais indicada, escova, creme dental, fio dental e, se necessário, quanto ao uso de agentes químicos para bochecho especificamente prescritos para cada caso.



Qual a função dos agentes químicos?

São substâncias químicas que atuam nas bactérias presentes na cavidade bucal, sendo utilizadas para auxiliar no controle e na redução da formação da placa bacteriana. Vale ressaltar que o método mais difundido de remoção de placa é o mecânico, realizado através da escovação associada ao uso do fio dental. Esses agentes complementam, auxiliam a escovação. Não existe agente químico capaz de remover a placa e nem de substituir a escovação.

Quais são os agentes mais usados para o bochecho e como agem?

Clorexidina - É um agente de efetiva e comprovada atividade antimicrobiana e eficiente no controle de placa devido às suas propriedades de retenção e de liberação lenta na boca. Pode desencadear manchamento nos dentes (que pode ser removido com profilaxia profissional) e perda temporária do paladar. Exemplos: Periogard, Duplac, Plackout.
Cloreto de cetilpiridínio - É considerado um anti-séptico e desinfetante de efeito moderado devido ao curto período de retenção na cavidade bucal. Quando usado em maior freqüência, pode apresentar como efeitos colaterais ulcerações e sensação de queimação da língua. Exemplos: Cepacol, Oral B, Kolynos.
Triclosan - É um agente antibacteriano de amplo uso e, em acréscimo, tem efeito antiinflamatório. Isoladamente, tem efeito antiplaca moderado e, por isso, as formulações ativas apresentam associação com gantrez ou zinco. O gantrez potencializa o efeito do triclosan por aumentar sua retenção na cavidade bucal, e o zinco, por sinergismo de efeito antibacteriano. Tem como vantagem o fato de ser utilizado com sucesso no tratamento de ulcerações, não apresentar mudança ou perda do paladar e nem o manchamento dos dentes, o que pode ocorrer com o uso da clorexidina. Exemplo: Plax.


Quando utilizar esses agentes químicos?

A utilização de um agente químico para bochecho durante o tratamento, seja ele de gengiva, pré ou pós-cirúrgico, de manutenção das condições de saúde bucal, deve ser adotada a partir da prescrição feita por um profissional. O paciente receberá orientações quanto à forma e ao tempo de uso, que estão relacionados à finalidade de sua indicação e às características de cada paciente. Por exemplo, no caso de pacientes com necessidades especiais, os quais normalmente têm dificuldade para realizar a escovação; pacientes com problemas de saúde sistêmicos que predispõem à ocorrência de doenças periodontais; pacientes com dificuldades de higienização pelo uso de aparelho ortodôntico e uma série de outros casos que requerem a indicação de um agente químico. O paciente deve retornar periodicamente ao cirurgião-dentista para uma reavaliação das condições de saúde bucal e para o reforço das orientações de autocuidado e auto-exame, importantes para a manutenção da saúde e prevenção de doenças, que podem ir desde um processo inicial de cárie ou sangramento gengival até uma lesão inicial de câncer bucal, daí a sua importância.


quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Boca Seca




O que eu preciso saber sobre boca seca?

A boca seca – conhecida, na área da Saúde, como xerostomia – é causada pela diminuição na produção de saliva. Acomete, com intensidade e duração variáveis, um grande número de pessoas e suas causas podem variar consideravelmente. São exemplos de causas:
A idade avançada (com o passar da idade, as glândulas salivares vão-se atrofiando).
O efeito colateral de certos medicamentos, tais como anti-hipertensivos, antidepressivos, tranqüilizantes, anti-histamínicos e anticolinérgicos.
Hábitos e vícios, como o alcoolismo e a ingestão de alimentos ricos em cafeína.
A Síndrome de Sjögren, na qual o organismo da própria pessoa reage contra as glândulas salivares.
A diabete mellitus, na qual a boca seca é um achado freqüente.
Cânceres na região de cabeça e pescoço (as pessoas que são tratadas com radioterapia podem ter suas glândulas afetadas permanentemente pela radiação).
Problemas psiquiátricos (certas psicoses e estados de ansiedade podem causar falta de saliva).
Doenças congênitas: existem pessoas que nascem sem as glândulas salivares (agenesia congênita).

Por que a saliva é tão importante?
A saliva tem papel importante na formação do bolo alimentar, favorecendo a digestão e deglutição; proporciona uma lavagem físico-mecânica, facilitando uma melhor movimentação da língua e demais músculos; atua na proteção da mucosa da boca; controla a microbiota bucal; estabelece e mantém o pH do meio, atuando no processo da cárie dental.


O que é exatamente a saliva?
A saliva apresenta um pH neutro e é composta por 99% de água. A outra parte é constituída por proteínas, como enzimas, imunoglobulinas responsáveis pelos anticorpos salivares, além de outros compostos, como bicarbonato, sódio, potássio, cálcio, cloreto e flúor.

O que a boca seca pode causar?
Cáries, candidíase (doença fúngica), doenças gengivais e infecções nas glândulas salivares.

Quais são os sintomas?
Em função da falta de saliva, o indivíduo pode ter mau hálito, dificuldades para falar e engolir, intolerância a próteses, dor na língua, perda do paladar e alteração de voz.

Qual o tratamento indicado?
O primeiro passo para o tratamento é o diagnóstico correto: o paciente que perceber os sinais e sintomas associados à boca seca deve procurar o cirurgião-dentista. Os tratamentos variam em função da causa: se a xerostomia tiver origem medicamentosa, o cirugião-dentista deverá entrar em contato com o médico do paciente para estudarem a possibilidade de substituição do medicamento por outro que não afete a produção de saliva. Nos casos de perda irreversível da produção de saliva (radiação, Síndrome de Sjögren, idade avançada, agenesia congênita), existe a possibilidade de minimizar o problema com uso de saliva artificial manipulada ou comercial, gomas de mascar sem açúcar e medicamentos que estimulem a salivação, além da orientação quanto à dieta com proteínas e vitaminas. O paciente com xerostomia, independentemente da causa, deverá ser acompanhado pelo profissional em intervalos menores para orientação de higiene oral constante, aplicação de flúor e tratamento gengival básico. O paciente deverá manter-se sempre bem hidratado, ingerindo água ou outra bebida sem açúcar e evitando o consumo de bebidas com álcool ou cafeína. Se os lábios estiverem secos, pode ser indicado o uso de lubrificantes à base de vaselina. Durante as refeições, devem-se preferir alimentos moles, úmidos e pouco condimentados. Nos casos onde exista também infecções fúngicas, o profissional poderá indicar bochechos com antifúngicos.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Mobilidade dental




Mobilidade natural, "fisiológica"
Os dentes naturais apresentam uma pequena mobilidade, isto é, quando os dentes estão em função, eles sofrem uma movimentação dentro do seu alvéolo que é considerada normal (fisiológica). Essa mobilidade é conferida pelo ligamento periodontal que, a grosso modo, são fibras que unem o dente ao alvéolo (osso ao redor do dente).

Mobilidade causada por acidentes
Quando o dente sofre uma pancada (traumatismo), o ligamento periodontal, que é composto por fibras, é então estirado ou comprinúdo. A conseqüência disso é um aumento da mobilidade do dente. Quanto maior o trauma, maior será a mobilidade desse dente. Normalmente, a cura é espontânea e, em casos mais severos, é necessário fixar o dente traumatizado temporariamente.

Mobilidade causada por doença periodontal
A doença periodontal provoca a reabsorção do osso alveolar que circunda o dente e também a destruição do ligamento periodontal. Essa destruição, causada por bactéria, é gradual, lenta e indolor e, como conseqüência, provoca um aumento progressivo da mobilidade dental, que agora já não é mais considerada fisiológica. Há a necessidade de tratamento, que consiste inicialmente em fazer raspagem da placa bacteriana aderida à superfície radicular.

Mobilidade relacionada à articulação dentária
Quando um dente estiver mal posicionado, pode interferir na mordida (relacionamento dos dentes superiores e inferiores). Como conseqüência, esse dente receberá uma carga excessiva, a qual poderá causar um aumento da mobilidade. Há necessidade de ajuste para distribuir forças mastigatórias entre todos os dentes.

Mobilidade relacionada com prótese e restauração
Os dentes não se encontram isolados na boca, eles fazem parte de uma engrenagem. Os dentes superiores se relacionam com os inferiores em várias posições e de uma forma dinâmica (oclusão). Quando se realiza uma prótese ou uma restauração, esta deverá respeitar a oclusão se não, poderemos ter o que se chama "contacto prematuro". Esse contacto interferente poderá causar mobilidade dental, pois haverá um aumento de carga sobre esse dente restaurado. Para a correção, deverão ser realizados ajustes nesses trabalhos ou, ainda, a sua substituição.

Mobilidade causada por pulpites (Inflamação da polpa dentária)
Essa inflamação, que ocorre dentro do canal, pode provocar também uma inflamação das fibras periodontais que circundam a raiz do dente afetado. Em decorrência disso, temos uma maior mobilidade e esta pode ser acompanhada de um descolamento (extrusão) dando a sensação de dente "crescido".
Após o tratamento endodôntico (canal), a inflamação desaparece e o dente volta a seu lugar e a ter a mobilidade natural (fisiológica).

Mobilidade causada por tratamento ortodôntico (correção de dentes mal posicionados)
Para a correção da má posição de um dente, é necessário aplicar uma determinada força nele, fazendo a movimentação do dente. Isso é feito através de aparelhos ortodônticos fixos ou móveis. Entretanto, esse tratamento provoca um aumento na mobilidade do dente, principalmente logo após a ativação (apertamento) do aparelho. Depois de 48 horas, a mobilidade excessiva volta a níveis normais.

Dra. Luciana Maria da Silva
CRO 94271

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O que é uma boa higiene bucal?

                   



               Hálito puro e sorriso saudável são o resultado de uma boa higiene bucal. Com uma higiene bucal adequada:



  • -Seus dentes ficam limpos e livres de resíduos alimentares;

  • -A gengiva não sangra nem dói durante a escovação e o uso do fio dental;

  • -O mau hálito deixa de ser um problema permanente.

  •              Consulte o seu dentista caso as suas gengivas doam ou sangrem quando você escova os dentes ou usa fio dental, e principalmente se estiver experimentando um problema de mau hálito. Essas manifestações podem ser a indicação da existência de um problema mais grave.

  • Seu dentista pode ensiná-lo a usar técnicas corretas de higiene bucal e indicar as áreas que exigem atenção extra durante a escovação e o uso do fio dental.

  • Como garantir uma boa higiene bucal?

                   Uma boa higiene bucal é uma das medidas mais importantes que você pode adotar para manter de seus dentes e gengivas em ordem. Dentes saudáveis não só contribuem para que você tenha uma boa aparência, mas são também importantes para que você possa falar bem e mastigar corretamente os alimentos. Manter uma boca saudável é importante para o bem-estar geral das pessoas.

                   Os cuidados diários preventivos, tais como uma boa escovação e o uso correto do fio dental, ajudam a evitar que os problemas dentários se tornem mais graves. Devemos ter em mente que a prevenção é a maneira mais econômica, menos dolorida e menos preocupante de se cuidar da saúde bucal e que ao se fazer prevenção estamos evitando o tratamento de problemas que se tornariam graves.

                   Existem algumas medidas muito simples que cada um de nós pode tomar para diminuir significativamente o risco do desenvolvimento de cáries, gengivite e outros problemas bucais.

    Essas medidas são:

    • Escovar bem os dentes no mínimo três vezes ao dia e usar fio dental diariamente.
    • Ingerir alimentos balanceados e evitar comer entre as principais refeições.
    • Usar produtos de higiene bucal, inclusive creme dental, que contenham flúor.
    • Usar enxagüante bucal com flúor, se seu dentista recomendar.
    • Garantir que as crianças abaixo de 12 anos tomem água potável fluoretada ou suplementos de flúor, se habitarem regiões onde não haja flúor na água.
    Técnicas corretas de escovação:
    • Coloque a escova em um ângulo de 45 graus em relação à gengiva. Movimente a escova, afastando-a da gengiva.
    • Escove delicadamente as partes internas, externas e de mastigação de cada dente com movimentos curtos de trás para frente.
    • Com cuidado, escove a língua para remover bactérias e purificar o hálito.